Observação das fotos: minha cachorra apareceu em muitas das fotos porque ela estava me seguindo para eu jogar a bolinha para ela brincar; e não reparem na bagunça e sujeira da casa.
MEU QUARTO
Alguns conceitos de Hetzberger podem ser relacionados ao espaço do meu quarto. Um deles é a Funcionalidade, Flexibilidade e Polivalência que reitera a necessidade de capacidade dos espaços de se adaptarem às mudanças. Contudo, ao analisar o ambiente do meu quarto, percebemos que há uma deficiência dessa flexibilidade pelo guarda-roupa e a área de estudos (escrivaninha com alguns armários) terem sido planejados – o guarda-roupa não pode ser modificado de lugar e todo o conjunto da escrivaninha é muito pesado para ser movido. Por outro lado, minha cama e meu espelho já possibilitaram essa mudança ao longo dos anos seguindo a demanda do que eu queria e achava melhor para mim mesma. A posição da minha cama que antes era favorável para eu brincar já que fornecia um espaço amplo, agora fica de outra forma seguindo a minha preferência. O espelho mudou como consequência dessa mudança da cama, o que implica também nessa falta de flexibilidade. Tudo isso relaciona também com Forma e Usuários em que o espaço “deveria ser ajustado para fazer o que é esperado dele por pessoas diferentes em situações diferentes e em épocas diferentes” (página 151). Entretanto, o meu guarda-roupa possui também uma polivalência por ser utilizado além da sua função específica (utilizado para guardar equipamentos e utensílios).
Além disso, podemos também fazer analogia com De Usuário a Morador no qual é falado sobre o ambiente em que os usuários podem dar suas contribuições (no caso do meu quarto, apesar de ser uma escolha de certa forma limitada, escolhi a cor de uma das paredes, a decoração do quarto como um todo fica ao meu critério e onde a cama ficará). Um outro conceito é Acesso Público ao Espaço Privado em que o domínio privado se torna publicamente mais acessível – pelo guarda-roupa possuir objetos dos meus pais, eles entram ali livremente para pegá-los, mas claro que sem invadir completamente a minha privacidade.
MINHA CASA
Podemos relacionar minha casa à questão de Ordenamento da Construção que afirma que é preciso que a estrutura seja posta de tal forma que possibilita diferentes usos do ambiente construído, como também relacionar ao Espaço Habitável entre as Coisas e à Forma e Usuários que cita exatamente isso do espaço ser mais receptivo a diferentes situações e que pode cumprir mais de um propósito. Isso porque há cômodos na casa que possibilitam diferentes usos: quartos que podem ser transformados em escritório; copa que hoje é um escritório/biblioteca que pode ser transformada em sala de jantar ou sala de estar; sala de estar que pode ser transformada em apenas uma área de intervalo entre o espaço de fora e o espaço da casa propriamente dita por ali estar localizada a porta de entrada; o espaço coberto (a varanda) que pode ser uma garagem coberta ou uma área de convivência com uma mesa e cadeiras que é o nosso caso, além de poder ser ampliada a extensão da sala de estar ou da copa; a área de serviço que pode variar de tamanho e, com isso, pode-se acrescentar elementos naquele ambiente, delimitando uma nova área; uma área que precede o sótão que poderia muito bem não haver nada ali, mas que se transformou em uma área de materiais de construção e que poderia muito bem servir para guardar outros objetos; e o sótão que poderia ser apenas um local onde fica a caixa d’água, mas, no nosso caso, é um local também para guardar objetos que menos usamos. Contudo, essas mudanças são de certa forma limitadas pelo que diz Lugar e Articulação sobre a dimensão do espaço adequar a função daquele espaço (dependendo da dimensão do quarto, por exemplo, seria muito grande para um simples escritório, ou dependendo de quantas pessoas moram na casa a copa seria de um tamanho não de acordo com uma sala de jantar).
MEU LOTE
Assim como no caso da casa, podemos fazer analogia do lote com o Espaço Habitável entre as Coisas e com Lugar e Articulação, seguindo os mesmos preceitos de que o espaço pode ser utilizado em diferentes situações (uma área mais alta que é um local com grama e algumas flores, mas que eu utilizava para brincar, pulando desse local até o nível mais baixo e vice-versa) e pelo seu uso depender das dimensões (não há espaço para uma piscina no quintal, por exemplo). Mas, além disso, podemos acrescentar Incentivos para que os usuários tenham diferentes interpretações sobre o espaço e, assim, o utilize de diferentes formas (em meu passeio antes havia uma espécie de banco acoplada à parede que as pessoas utilizavam para sentar ou crianças utilizavam para brincar).
MINHA RUA
Alguns conceitos principais que podemos utilizar para relacionar à minha rua é a Rua e o Domínio Público já que há uma deficiência do contato social entre os moradores, pois a organização espacial não serve como estimulante da interação e coesão social. Isso acontece muito mais hoje após a rua ter sido asfaltada, o que aumentou o fluxo de carros e fez com que as crianças não brincassem mais tanto nas ruas. A forma também como as casas estão dispostas com as entradas longe uma das outras dificulta essa interação entre os moradores. Além disso, os portões fechados e muros – que se relacionam com a questão do Público e Privado que observa essa individualidade exagerada através da oposição entre o geral e o específico que desintegra as relações humanas – são nada convidativos para essas interações com os vizinhos. Mas isso muda raramente quando uma ou outra criança brinca de bola na rua ou de empinar pipa e um ou outro morador faz churrasco na calçada – esse Intervalo é então ocupado e utilizado após diferentes interpretações sobre ele.
MEU BAIRRO
Com relação ao meu bairro analogamente com os conceitos no livro de Hetzberger temos Estrutura e Interpretação e Forma e Interpretação que diz sobre a capacidade do indivíduo de interpretar a forma e, assim, transformar o espaço, mas sem que mude a estrutura em si, e da capacidade de acomodar diferentes situações ao abrir novas possibilidades de usos. Mas isso se mostra bem deficiente em meu bairro, apesar de em alguns pontos isso ocorrer juntamente com a questão da Rua e do Domínio Público: uma rua todo ano é fechada pela população local para fazer um evento beneficente de arrecadação de fundos para uma igreja local em que há barraquinhas de comidas, cadeiras e mesas para sentar e palco para música; outro exemplo é uma das pracinhas que há um espaço grande o suficiente para brincar de diferentes formas, como jogar futebol ou andar de patins ou de bicicleta.
Obs.: não consegui achar foto do evento.
CIDADE (BELO HORIZONTE)
Assim como no bairro, podemos citar a Estrutura e Interpretação, a Forma e Interpretação, a Rua e o Domínio Público, mas de forma mais forte e ampla. Um exemplo é a Praça da Estação que possui uma grande extensão – entra aí também o Lugar e Articulação – e que não possui árvores ou muitos assentos. Ou seja, não é nada convidativa para ficar ali relaxando e conversando com outras pessoas. No entanto, essa forma abre espaço para lá ser palco de manifestações políticas e manifestações culturais como shows e carnaval, além de virar uma “praia” por possuir fontes de água que refrescam no verão. Um outro exemplo onde ocorrem as manifestações políticas de vez em quando é a Praça Afonso Arinos. A Feira Hippie pode ser citada também como um domínio público na rua já que é localizada em uma das principais vias de Belo Horizonte – a Avenida Afonso Pena. Outro exemplo dessa nova interpretação do espaço e do domínio público acontece debaixo do Viaduto Santa Tereza onde há batalhas de rap. A Lagoa da Pampulha é também dominada pelo público de diferentes formas – até pescando.
Em toda a cidade os Intervalos são muitas vezes utilizados como playground das crianças. Mas esses espaços perderam muito sua relevância como local de interação entre as pessoas por aqui ser, principalmente, uma cidade grande, em que as pessoas só passam como ali sendo um caminho e não uma oportunidade de contato com outros. É possível também observar Demarcações Privadas no Espaço Público com os camelôs no centro de BH, por exemplo, e também o Acesso Público ao Espaço Privado como acontece em vários shoppings de Belo Horizonte.
Outro conceito que se relaciona com a cidade de BH é a equivalência que diz que dependendo do ordenamento arquitetônico a arquitetura pode reafirmar nos espaços as relações de poder (o que não seria equivalência, mas sim hierarquia) e é o que acontece com as grandes edificações do poder público (Prefeitura e Palácio da Liberdade que é sede do governo de Minas Gerais) que estão localizadas em locais prestigiosos na região central. Um último conceito que relaciona bem com a cidade de Belo Horizonte é Funcionalidade, Flexibilidade e Polivalência em que é possível observar a segregação de funções em determinadas áreas, como é o caso do bairro Barro Preto, e também a polivalência e flexibilidade pelos grandes casarões da Praça da Liberdade terem sido alvos de novas interpretações, transformando-se em museus.
Praça da Estação:
Praça Afonso Arinos:
Feira Hippie:
Viaduto Santa Tereza:
Camelôs no centro de BH:
Prefeitura e Palácio da Liberdade:
Museus da Praça da Liberdade:
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